O Posto de combustíveis envolvido no esquema da farra do Ali Babá e os 40 ladrões, demite frentista, mas foco das investigações deve subir para a Gerência; denúncias apontam até mesmo o envolvimento dos filhos dos citados e exonerados, abastecendo às custas do município.

Nossa coluna da última semana sobre o escândalo de desvio de combustível na Secretaria Municipal de Produção de Aquidauana, que chamei de "Ali Babá e os 40 Ladrões" da gestão, ganha agora um novo capítulo que cheira a acobertamento e envolve a estrutura familiar da gestão.

Se a exoneração do braço-direito de Cipriano foi a primeira peça a cair, o tabuleiro do desvio de recursos públicos agora se move para o lado da empresa fornecedora, o Posto de Combustíveis.

O Frentista, de acordo com a denúncia que recebemos, seria apenas o "Bode Expiatório" e a Gerente sim, seria a possível responsável por participar do esquema, ele foi demitido com o pretexto de ser um principal envolvido no esquema, mas pergunto, como um frentista teria tal poder de desviar combustível sem o conhecimento de alguém acima, ou até mesmo ele foi apenas um inocente que levou a culpa para esconder quem verdadeiramente comandava toda essa falcatrua.

Nossas fontes confirmaram que, após a denúncia e a abertura do Boletim de Ocorrência, o posto de gasolina demitiu um frentista, funcionário da bomba. No entanto, o ato levanta sérias dúvidas sobre a busca pela verdade: o frentista seria o "bode expiatório" da história, já que a gerência do posto seria parente do proprietário.

É uma realidade operacional: frentistas, por mais que participem, não têm a autonomia para tocar uma maracutaia de grandes proporções no sistema de controle. O poder de autorizar, manipular ou acobertar desvios de combustível passa, inevitavelmente, pelo crivo da Gerência.

A suspeita agora recai justamente sobre a Gerente do Posto de Combustíveis em Aquidauana. Enquanto o proprietário da empresa, conforme informamos, não estaria envolvido no esquema e demonstra intenção de colaborar com a Polícia, sua defesa da Gerente pode estar, inadvertidamente, protegendo o elo crucial entre a Prefeitura e a quadrilha.

É fundamental que a Polícia Civil, de posse das gravações já mencionadas, não se contente com a demissão de um frentista. A chave para desvendar se o esquema está "montado há anos" na cidade está na Gerência do Posto e em quem, dentro da Secretaria de Produção, dava a luz verde para o crime.

A população cobra que a investigação comece e puna os responsáveis com rigor. O Secretário Cipriano, ex-vereador que fez carreira como ferrenho opositor da corrupção, vê o cerco se fechar. Se antes a pressão era por sua exoneração imediata após o flagrante de seu braço-direito, agora a crise se intensifica com a denúncia de que filhos de funcionários da gestão possam estar envolvidos.

Novas informações de fontes que estão envolvidas com a pasta, que entraram em contato com a coluna – e que clamam por justiça e transparência – apontam para o suposto envolvimento dos filhos do Secretário. As denúncias alegam que os filhos de alguns, estariam usufruindo do esquema, abastecendo no posto de combustíveis em um uso indevido da estrutura pública.

Se confirmada, essa denúncia eleva o escândalo a um nível insustentável e o poder público, vereadores, prefeitura, tribunal de contas, precisam atuar de forma rigorosa para investigar e punir os responsáveis.

O Prefeito Mauro Batista não pode mais se dar ao luxo da inação. A demora em tomar medidas enérgicas – como o afastamento imediato do Secretário Cipriano e a abertura de uma sindicância interna completa – começa a soar como cumplicidade. Outro que permanece em silêncio total, é Cipriano Mendes, sua postura tem chamado atenção na cidade. Conhecido por seu discurso ético e combativo, o secretário é considerado uma das principais referências morais do PT em Aquidauana.

O tempo da denúncia acabou. Agora é o tempo da ação, da investigação e, principalmente, da resposta à altura da gravidade do "Ali Babá e os 40 Ladrões" que opera no coração da gestão municipal. Chegou a hora da Polícia Civil, Ministério Público, Tribunal de Contas, Polícia Federal e Ministério Público Federal apurar, investigar e dar exemplo para que esquemas como estes, deixem de acontecer.

Gugu