Em um movimento inesperado, os Estados Unidos e a China chegaram a um acordo para aliviar temporariamente a disputa comercial que vinha se intensificando ao longo do ano. O anúncio foi feito em meados de maio de 2025, quando Washington aceitou reduzir tarifas sobre produtos chineses de até 145 % para cerca de 30 % e Pequim concordou em diminuir suas taxas sobre importados dos EUA de cerca de 125 % para aproximadamente 10%.
A decisão ocorre em meio a um cenário de forte escalada tarifária entre as duas maiores economias do mundo, na qual os EUA intensificaram sobretaxas com o argumento de proteger a segurança nacional e corrigir desequilíbrios comerciais, enquanto a China retaliou com medidas semelhantes.
Segundo fontes próximas às negociações, o acordo de alívio foi pensado como uma “trégua” temporária de 90 dias, tempo em que serão avaliadas condições para uma retomada mais estável das discussões comerciais.
Entre os pontos mais relevantes do acordo está o compromisso dos dois países de manterem as tarifas num patamar moderado durante esse período, evitando novas elevações de impostos. Além disso, a China manifestou disposição em cumprir os entendimentos de exportação de soja americana e de cooperação antidrogas, enquanto os EUA sinalizaram abertura para negociações mais amplas. O contexto dessa aproximação também envolve o ambiente global: as oscilações no comércio internacional, a pressão sobre cadeias de suprimentos e a necessidade de reduzir incertezas para empresas que atuam nas duas economias.
No entanto, especialistas alertam que esse alívio não garante fim da disputa. A complexidade dos temas envolvidos, como subsídios industriais, transferência tecnológica, exportação de terras raras e influência sobre cadeias globais, mostra que os desafios permanecem. A trégua funciona, neste momento, como uma janela de negociação e não como um tratado definitivo.
Para o Brasil, essa movimentação entre EUA e China ganha relevância especial, já que o país está inserido numa malha comercial que conecta ambas as potências. A menor tensão entre os dois países pode abrir espaços de mercado para o agronegócio brasileiro ou, alternativamente, gerar maior competição por commodities. De qualquer forma, é um cenário que exige atenção por parte do setor exportador nacional.
Da redação.
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