Na manhã desta terça-feira (28), o estado do Rio de Janeiro viveu um dos episódios mais violentos já registrados em operações de segurança pública. Aproximadamente 2.500 agentes das polícias civil e militar participaram da ofensiva contra a facção Comando Vermelho nos territórios dos complexos do Alemão e da Penha, zona norte da capital. A ação já resulta em pelo menos 64 óbitos e 81 prisões confirmadas, sendo quatro vítimas agentes de segurança.
A imprensa internacional repercutiu o episódio com destaque: os jornais britânico, argentino, português e outros classificaram o confronto como “cenas de guerra”, enfatizando o uso de blindados, drones, barricadas e fogo nas favelas. O jornal argentino “Clarín” estampou “Cenas de guerra no Rio de Janeiro” para descrever os tiroteios intensos e colunas de fumaça acima das comunidades. Já o britânico “The Guardian” relatou que o Estado vive uma “guerra interna”.
Organizações não governamentais e movimentos de favelas reagiram às imagens e aos dados da operação. Segundo uma nota conjunta de mais de 20 entidades, a ação “é a mais letal da história do Rio” e expõe uma política de segurança pública fundamentada no confronto em favelas e territórios negros e pobres. Enquanto o governo estadual defende que a iniciativa visava deter a expansão da organização criminosa e requer apoio federal, os coletivos questionam a proporcionalidade, os efeitos na população civil e o impacto no cotidiano das comunidades.
O episódio ocorre em um momento de foco internacional para a cidade, que se prepara para sediar eventos globais de destaque. Analistas destacam que os impactos da operação – como a paralisação de vias de transporte, bloqueios em escolas e unidades de saúde – deixaram marcas imediatas ao longo da terça-feira. O governo do estado, por sua vez, afirmou que a operação foi inevitável, considerando a gravidade da atuação da facção e a necessidade de restabelecer a ordem.
Da redação.
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