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Domingo, 26 de Outubro de 2025
Caixa Econômica pode lançar sua própria 'bet' ainda em 2025

Economia

Caixa Econômica pode lançar sua própria 'bet' ainda em 2025

Queda de receita das Loterias da Caixa seria um dos incentivos. Faturamento bilionário já é esperado para 2026. Entidades questionam se esse tipo de atividade cabe a um banco público

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A Caixa Econômica Federal deve lançar, até o fim de novembro de 2025, sua própria plataforma de apostas esportivas online, popularmente chamada de “bet da Caixa”. A informação foi confirmada por representantes do banco e repercutida por diversos veículos de imprensa. O projeto faz parte de uma estratégia da instituição para se posicionar no mercado de apostas reguladas, um dos que mais crescem no país desde a liberação das chamadas “bets” em 2019.

A iniciativa surge em um contexto de queda na arrecadação das Loterias da Caixa, que historicamente financiam programas sociais e esportivos do governo federal. Com a migração de apostadores para plataformas privadas de apostas esportivas, a Caixa busca recuperar espaço e aumentar sua receita com jogos. A expectativa é que o novo serviço esteja integrado a um “superapp”, que reunirá loterias, apostas e outros serviços digitais da instituição.

Projeções internas indicam que o novo braço digital pode movimentar valores expressivos já em seu primeiro ano completo de operação. Estimativas divulgadas por sites especializados apontam arrecadação entre R$ 2 bilhões e R$ 7 bilhões em 2026, dependendo do ritmo de adesão dos usuários. Em versões anteriores do projeto, o banco chegou a mencionar a meta de alcançar até R$ 12 bilhões anuais em faturamento.

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A Caixa afirma que pretende manter na nova plataforma os mesmos padrões de governança e transparência aplicados às loterias federais, incluindo mecanismos de jogo responsável e prevenção ao vício em apostas. Segundo a instituição, a entrada nesse mercado será feita de maneira segura e controlada, preservando o caráter público e social da marca.

Apesar disso, a decisão tem gerado críticas de economistas e entidades de controle público. Especialistas argumentam que a atuação de um banco estatal em um segmento de alto risco social e de natureza essencialmente privada desvia o foco da Caixa de suas funções principais, que são o crédito habitacional, a inclusão financeira e os programas sociais. Há também preocupação com o impacto que uma popularização ainda maior desse tipo de aposta pode causar em públicos vulneráveis.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que já se opunha à liberação de apostas quando ainda era ministra no governo Bolsonaro, dedicou, nesta quarta-feira (22) parte de sua participação em plenário a essa questão. "Isso é uma tragédia anunciada! Aquelas pessoas que não acreditavam em bets, que tinham medo porque o 'tigrinho' faz mal, agora vão acreditar nas bets porque isso vai estar dentro de uma instituição que é séria", declarou a senadora.

Enquanto o debate avança, o projeto segue em desenvolvimento. O lançamento da “bet da Caixa” ainda depende de ajustes técnicos e regulatórios, mas a previsão de estreia até o fim de 2025 segue mantida. Se confirmada, a entrada da Caixa no setor marcará uma nova fase na relação entre o Estado e o mercado de apostas no Brasil, e poderá redefinir o papel das loterias públicas no país.

Fonte: Redação Raiz, com informações de Money Times e Agência Senado | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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William Durães Mendes

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