A cidade do Rio de Janeiro registrou a operação policial mais letal de sua história e do Brasil, resultando na morte de 121 pessoas, incluindo quatro agentes de segurança. A ação ocorreu nos complexos do Alemão e da Penha, áreas da Zona Norte controladas pelo Comando Vermelho, e superou o número de vítimas do Massacre do Carandiru (111 mortos em 1992).
Ao final da terça-feira, dezenas de corpos foram recolhidos das regiões de mata no entorno das comunidades. A Defensoria Pública do Rio alerta que os números ainda não são definitivos e não há dados concretos que comprovem que todas as vítimas eram criminosos.
Apesar do choque e das denúncias de abusos policiais, o governador do Rio, Cláudio Castro, comemorou o resultado da operação. Em videoconferência com outros governadores de direita, ele afirmou: “De vítimas lá só tivemos os policiais”.
Em resposta à crise, o Governo Federal enviou o Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que se reuniu com Castro no Palácio Guanabara. O encontro resultou no anúncio da criação de um Escritório Emergencial de Combate ao Crime Organizado, que terá atuação conjunta entre forças estaduais e federais.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que o governador Cláudio Castro apresente informações detalhadas sobre a operação, no contexto da ADPF 635 (ADPF das Favelas).
O secretário de Polícia Militar, Marcelo Menezes, informou que a estratégia utilizada foi a tática de “muro do Bope”, cercando os traficantes e empurrando o confronto em direção à mata, reconhecendo que a "alta letalidade era previsível, mas não desejada".
A Polícia Federal optou por não participar da ação, após concluir que "não era uma operação razoável".
A operação resultou na apreensão de dez menores e na prisão de 113 suspeitos. Dez integrantes da cúpula do Comando Vermelho foram transferidos para presídios de segurança máxima após a retaliação em vias da cidade. A Polícia Civil investigará moradores que removeram corpos da mata pelo crime de fraude processual. Além das mortes, dez menores foram apreendidos e 113 suspeitos foram presos, incluindo Thiago do Nascimento Mendes, o Belão, apontado como o operador financeiro do Comando Vermelho no Complexo da Penha e braço direito de um dos chefes da facção.
Fonte: Redação Raiz, com informações de Viviane Oliveira e Maria Gabriela Arcanjo (UOL, G1, Globo, Estadão, CNN Brasil) | Imagens: Fabio Teixeira/Anadolu via AFP
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