Parte da cúpula do CV (Comando Vermelho), facção que domina grande parte das favelas do Rio de Janeiro, deve ser transferida para a Penitenciária Federal de Campo Grande nos próximos dias. O Ministério da Justiça confirmou a transferência de dez líderes da organização para o sistema penitenciário federal.

A movimentação colocará a facção novamente sob vigilância em Mato Grosso do Sul e fará "companhia" ao chefe Marcinho VP (Márcio dos Santos Nepomuceno), que está preso na unidade da Capital desde janeiro de 2024.
O governo do Rio solicitou a remoção dos chefões após a megaoperação deflagrada na terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou em mais de 120 mortes. A Polícia Civil identificou que os criminosos teriam ordenado bloqueios e barricadas em represália à ação, mesmo estando atrás das grades.
A Senappen (Secretaria Nacional de Política Penitenciária) definiu que os líderes serão divididos entre as cinco unidades federais: Brasília, Porto Velho (RO), Mossoró (RN), Catanduvas (PR) e Campo Grande (MS). A estratégia visa dispersar e promover o rodízio dos detentos para quebrar a cadeia de comando da facção.
Entre os nomes transferidos, que integram a “comissão” do CV, estão Marco Antônio Pereira Firmino, o My Thor; Wagner Teixeira Carlos, o Waguinho de Cabo Frio; e Rian Maurício Tavares Mota, o Da Marinha. Dois dos dez já passaram anteriormente pelo presídio federal de Campo Grande: o ex-policial Alexandre “Choque” e Eliezer Miranda Joaquim, o Criam.
Com a nova leva de transferências, o presídio federal de Campo Grande volta a ser peça central na estratégia de contenção do crime organizado, abrigando, lado a lado, os principais nomes do Comando Vermelho.
Como Funciona a Unidade Federal
O regime nos presídios federais é de isolamento total. Cada interno permanece sozinho em uma cela de aproximadamente seis metros quadrados. O tempo de banho de sol é de duas horas por dia, e qualquer deslocamento é feito com algemas e acompanhado por agentes penitenciários.
As visitas familiares ocorrem apenas por meio de parlatórios, separados por vidro, ou por videoconferência, ambas com monitoramento constante. Os presos não têm contato físico com familiares nem acesso a aparelhos eletrônicos, internet ou canais de TV abertos. Câmeras de alta definição e equipes de inteligência da Senappen monitoram cada passo dos detentos.
Fonte: Redação Raiz | Imagens: Câmera Record/Reprodução e Ministério da Justiça
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