Na madrugada desta quarta‑feira (29), moradores do Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, retiraram cerca de 50 corpos de uma área de mata após a grande operação das forças de segurança que ocorreu na tarde anterior. Sob fortes críticas da comunidade, os cadáveres foram reunidos na Praça São Lucas para registro e cobertura por autoridades, segundo relatos.
Oficialmente, o governo do estado havia divulgado que a operação denominada Operação Contenção, realizada nos complexos do Alemão e da Penha resultou em 64 mortos, sendo 60 suspeitos de participação no crime organizado e quatro policiais. Entretanto, se confirmados os corpos localizados pelos moradores como parte do confronto, o número real de óbitos poderia ultrapassar esta marca, ampliando a gravidade da ação.
A operação envolveu mais de 2 mil agentes das polícias militar e civil e visava o desmantelamento de quadrilhas fortemente armadas que atuam na região. As autoridades informaram a apreensão de fuzis, pistolas, granadas e outras armas de grosso calibre. (Agência Brasil) Moradores e ativistas denunciam que a intervenção foi a mais letal da história recente da cidade e questionam a metodologia, a comunicação com a população e os impactos para civis.
O cenário no amanhecer foi de tensão: vias interditadas, transporte público comprometido e forte presença policial nas entradas de unidades de saúde e hospitais. No Hospital Estadual Getúlio Vargas, por exemplo, foi registrada entrada de corpos em veículos e kombis, criando clamor entre os residentes das comunidades atingidas. O governo declarou que seguirá com as investigações, que perícias serão realizadas e que todas as circunstâncias serão apuradas. Até o momento, no entanto, não há confirmação oficial sobre a origem de todos os corpos ou se todos estão relacionados à operação.
Da redação.
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