No último sábado (25), o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, participou do Fórum de Segurança Pública – Pelo Brasil SP, em São Paulo, onde defendeu a adoção de um “olhar regional” para o enfrentamento da criminalidade no país. O encontro foi promovido pelo Partido Progressista, agremiação política que recebeu o governador após sua saída do PSDB. Além de Riedel, estavam presente outros governadores Cláudio Castro (RJ), Tarcísio de Freitas (SP), Antônio Denarium (RR) e também as vice-governadoras Mailza Assis (AC) e Celina Leão (DF), além de outras lideranças do setor de segurança pública, destacando que a integração entre estados, União e países vizinhos é cada vez mais essencial.
Segundo Riedel, o grande desafio do sistema de segurança pública brasileiro exige uma resposta que vá além das fronteiras estaduais: “Como todos os estados, Mato Grosso do Sul tem particularidades. Estamos em uma posição geográfica de forte interação com cinco estados [SP, PR, MT, GO e MG], além de dois países [Paraguai e Bolívia]”. Essa interação, segundo ele, impõe uma abordagem conjunta onde “olhar regional” não é apenas uma expressão, mas um princípio estratégico para que a ação seja eficaz.
Durante sua fala, o governador reiterou que não se trata apenas de reforçar políticas internas, mas de sincronizar operações, compartilhar informações e atuar de modo coordenado entre estados e com os órgãos federais. Ele citou que no Mato Grosso do Sul, por exemplo, o combate ao tráfico internacional torna-se um fardo que exige atuação integrada: “Um dos pontos que defendemos é o fortalecimento das Forças Armadas como agente de apoio e suporte às nossas ações de fronteira”.
Riedel ainda fez crítica à proposta em tramitação no Congresso de constitucionalização da segurança pública que, na visão dele, poderia centralizar demasiadamente o poder na esfera federal. “Vejo isso com um retrocesso em um país de dimensões continentais. Tirar isso dos estados enfraquece o sistema.” Para ele, cada realidade estadual tem suas particularidades, e isso exige flexibilidade para que as forças locais possam agir com autonomia e responsabilidade.
Além disso, o governador ressaltou que os resultados positivos alcançados em sua gestão, entre eles uma relação de maior confiança da população no ambiente de segurança, derivam da percepção de que o Estado atua de maneira proativa e regionalmente conectada. Ele lembrou que “os resultados obtidos pelas apreensões feitas por forças estaduais devem permanecer no respectivo estado”, pois isso estimula o fortalecimento local e a responsabilização direta pelo resultado.
Para encerrar, Riedel reforçou que o país não terá paz ou investimentos duradouros em segurança pública “se a gente não criar um ambiente capaz de fazer o enfrentamento à altura dessa ameaça, ao crime organizado e a essas facções presentes no país”. A mensagem que ficou do fórum é clara: sem cooperação inter-estadual e atenção real às fronteiras e à realidade regional, as políticas de segurança pública correm o risco de falhar. Se quiser, posso levantar os principais pontos defendidos pelos outros governadores presentes ou ainda indicar como esse “olhar regional” poderia se traduzir em ações concretas nos estados vizinhos.
Fonte: Portal Raiz News, com informações da Agência de Notícias MS | Foto: Sidinei Lopes/Ascom FSP
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