A crise no sistema de transporte público de Campo Grande, marcada pelo impasse financeiro e o risco constante de paralisação, está motivando uma reação institucional por parte do poder legislativo municipal. A Câmara de Vereadores articula a criação de um Fundo de Mobilidade Urbana, uma proposta que visa estabelecer uma fonte de recursos específica e de resposta rápida para enfrentar os desafios crônicos do setor. A iniciativa é vista como um passo essencial para desvincular a solução dos problemas urgentes das burocracias orçamentárias anuais.
O projeto de lei que institui o Fundo de Mobilidade tem como premissa garantir que a prefeitura tenha instrumentos financeiros ágeis para intervir em situações críticas. Isso inclui, por exemplo, o subsídio emergencial ao Consórcio Guaicurus para cobrir déficits operacionais momentâneos, a modernização da frota e a realização de estudos técnicos para aprimorar o serviço. O Fundo seria abastecido por dotações orçamentárias específicas, além de recursos provenientes de multas e doações.
A proposta surge como uma resposta direta à insatisfação popular e às ameaças de greve que têm pairado sobre a capital. Os vereadores entendem que a dependência de negociações demoradas e o atraso nos repasses financeiros têm comprometido a qualidade do serviço e a segurança dos usuários, além de penalizar os trabalhadores. A criação do Fundo garantiria um "colchão" financeiro para manter a estabilidade operacional enquanto se discute um plano de reestruturação de longo prazo.
Os defensores da proposta argumentam que o Fundo de Mobilidade não representa apenas um repasse de recursos, mas sim um compromisso estrutural do município com a melhoria do transporte. A administração desses recursos seria feita por um conselho gestor, garantindo a transparência e a correta aplicação do dinheiro público em ações que beneficiem diretamente o cidadão, como a expansão de linhas, a compra de novos equipamentos e a melhoria da infraestrutura de paradas.
A expectativa é que o projeto avance rapidamente no trâmite legislativo, dada a urgência da situação do transporte coletivo. A aprovação da medida representaria uma ferramenta vital para que a Prefeitura e o Consórcio possam negociar com mais segurança e previsibilidade, reduzindo os riscos de colapso do sistema e focando na readequação e modernização de um serviço essencial para a vida de Campo Grande.
Da redação.
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