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Segunda-feira, 27 de Outubro de 2025
Ataque norte-americano no Caribe mata seis em barco suspeito de tráfico de drogas

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Ataque norte-americano no Caribe mata seis em barco suspeito de tráfico de drogas

O incidente aumenta a tensão na região, que já vive um cerco militar americano contra o narcotráfico

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O Mar do Caribe se tornou palco de um novo e violento episódio dentro da intensa campanha antidrogas promovida pelo governo dos Estados Unidos na região. Nesta sexta-feira (24), o secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, confirmou que um ataque militar contra um suposto navio de drogas resultou na morte de seis pessoas. O secretário, utilizando suas redes sociais, classificou os indivíduos mortos como "narcoterroristas" e informou que a embarcação era operada por membros da perigosa gangue conhecida como Tren de Aragua.

O ataque mais recente, que ocorreu durante a noite, faz parte de uma escalada de ações militares iniciada em setembro, com o objetivo declarado de combater o fluxo de entorpecentes, especialmente cocaína e fentanil, em direção aos Estados Unidos. Fontes do Pentágono confirmam que esta foi a primeira ofensiva noturna da campanha, que já registra diversos incidentes e um número crescente de fatalidades e prisioneiros. A política de Washington, contudo, é alvo de fortes críticas de nações vizinhas, como México e Colômbia, que acusam os EUA de violação de soberania e de realizar execuções extrajudiciais.

A embarcação atingida era suspeita de transportar uma grande quantidade de narcóticos. A operação reflete a estratégia agressiva de Washington, que tem utilizado táticas antes reservadas ao combate ao terrorismo em sua guerra declarada contra os cartéis. O secretário Hegseth, ao anunciar o ocorrido, reforçou a determinação do governo em usar todas as ferramentas disponíveis para proteger o país da crise de overdose e do poder crescente das organizações criminosas transnacionais.

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O incidente desta sexta-feira adensa o clima de tensão geopolítica no Caribe e América do Sul. Muitos analistas veem a ofensiva antidrogas como um instrumento de pressão militar e política, especialmente sobre a Venezuela, país com quem os Estados Unidos mantêm uma relação extremamente hostil. Há relatos de que o cerco militar na região tem sido acompanhado de perto pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que convocou exercícios militares e criticou a postura belicista de Washington.

Os familiares das vítimas e as autoridades de algumas nações insulares, como Trinidad e Tobago, já manifestaram indignação, questionando o uso desproporcional da força e a falta de devido processo legal. Argumentam que a política americana desrespeita a soberania local ao destruir embarcações em vez de apenas detê-las, e exigem investigações transparentes sobre os ataques. Enquanto Washington celebra a ação como um golpe no narcotráfico, a diplomacia e a comunidade internacional se dividem entre o apoio ao combate às drogas e a preocupação com o escalonamento militar na região.

Da redação.

Comentários:
Rafael Belo

Publicado por:

Rafael Belo

Jornalista Raiz

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